29 abril, 2009

O porco não veio ser alimento.

Novamente a sujeição da humanidade ao medo está ligada, e o ícone desta vez é o pobre rosa. "Based on assessment of all available information and following several expert consultations, Dr Margaret Chan, WHO's Director-General raised the current level of influenza pandemic alert from phase 4 to 5".
O medo, de fato, é uma poderosa arma/mecanismo/sentimento. Situações como esta me fez pensar hoje cedo :
A humanidade pode se tornar minúscula, como nos filmes apocalipticos.
Ninguém liga pro dado, a pessoa que contraiu, pensam "Oh, ele não pode vir pra cá."
"Nem pra cá.", "Nem aqui.", "Não vou viajar mais", "Que se f***."

Meu personagem fictício está agora no méxico vendo os telejornais é o no momento, também é um dado estatístico, uma vítima. Esticado no seu cubo de plástico tendo a esperança atacada pelos números, não está se sentindo ótimo.

Outro personagem está nos portões de desembarque na china e olhando quem tem cara de amigo do porco... "AMIGO DO PORCO, PARE AÍ". Mais uma pessoa não foi trabalhar.

Esse está no Brasil, achando que a gripe do porco, só pega pela feijoada. E que feijoada.


Assim, o número de números-pessoas só vai crescendo, a imaginação trabalhando e o medo consumindo seus projetos."Oh, ele não pode vir pra cá."

Será o que Paciente Zero pensa que é culpado? De forma bem sádica:
Isso que dá, ser humano conseguiu ser sobrevivente nesse mundo bonito aos olhos na televisão.

xx

26 abril, 2009

Cannes 2009

AEEEE! saiu a seleção oficial do Festival de Cannes 2009!
Consta na lista de mais de 50 filmes os clássicos realizadores, como Almodóvar(Fale com Ela), Lars Von Trier(Dogville), Tarantino(Pulp Fiction) e Ang Lee (O Tigre e o Dragão). Os mencionados diretores concorrem à Palma de ouro por Los Abrazos Rotos(España), Antichrist(Dinamarca), Inglorious Bartards(EUA) e Taking Woodstock(EUA), respectivamente.

Seguem os traillers

Los abrazos Rotos


Antichrist


Inglorious Bastards


Taking Woodstock




Merece destaque também o cineasta brasileiro Heitor Dália(Nina e O Cheiro do Ralo) pelo À Deriva, filme que será exibido na mostra crítica Un Certain Regart.

Para ver a lista completa de toda a Seleção Oficial acesse.

Susan Boyle e Selma


Vejam só! A Susan Boyle também ganhou espaço no Eusomosmuitos.
Esse post não é pra falar que aquela mulher feia da Escócia mudou minha vida após sua surpreendente interpretação de I Dreamed a Dream (Les Miserables) no Britains Got Talent.
Eu só quero fazer uma comparação, que acho válida, com a Selma (interpretada pela Björk) do filme Dançando no Escuro(Dinamarca, 2000, Lars Von Trier).
Bem, duas mulheres totalmente inocentes e pacivas que se superam pela música. Outra coisa a ser ressaltada, ambas tem um leve grau de retardamento.

04 abril, 2009

Just a fest

Diário de bordo da caravana Brasília – São Paulo >>>JUST A FEST


Sobre a pré-viagem


Foi tudo muito rápido. A vinda do Radiohead ao Brasil mal havia se espalhado na internet e os ingressos
começaram a ser vendidos. Em apenas um dia de vendagem, 30% dos 30000 do show em São Paulo já tinha dono. Receoso, comprei logo no segundo dia. Era tudo mentira da mídia! Chegaram a falar que havia esgotado, mas de fato só aconteceu um dia antes do festival.
Radiohead foi o primeiro nome desta primeira edição do Just a Fest. Mais tarde foi confirm
ado o grupo alemão, um dos pioneiros da música eletrônica, Kraftwerk. Los Hermanos em seguida... Infelizmente Sigur Rós acabou não vindo.
Então, meses depois, faltando duas semanas para o Show, me lembrei que era em São Paulo e ainda não tinha me resolvido quanto a isso. Saí Orkut adentro e encontrei a caravana da Mari, que estava completa, mas alguém acabou desistindo e eu substituí.


Dia de partida
Marcamos para partir na sexta-feira 20 (março), e só neste dia fui arrumar minha bagagem. Consegui arrumar tudo pela manhã e não perder aula no SENAI. Foi então
que a lei de Murphy grudou em mim a partir do momento que saí da aula, por volta das 17:30.
Tinha que estar na estação 114 Su
l até as 20 horas (eu pensava que era até 21). Houve o belo engarrafamento costumeiro de sexta-feira na EPTG. Cheguei em casa depois das 19, me arrumei, engoli algo e uma ligação estraga o que já não ia muito bem. Era meu pai, ele disse que estava vindo para me levar até a estação de metrô. Eu não esperei, fui a pé. Chegando na estação, vem então o indivíduo e fala que eu não chegaria a tempo e era melhor ele me levar de carro. Tá... mas ele não falou que não sabia chegar na 114 Sul. Tudo ficou muito dramático; a Mariana não parava de me ligar: “Só falta você”!
Então, sem mais delongas, cheguei lá, mas não era o ultimo, o Alexandre chegou um pouco depois. Pelo menos
assim todos aprenderam meu nome. Partimos 21 horas.


Sobre as primeiras 3 horas


Como cheguei depois de quase todos, quase todas as cadeiras estavam ocupadas. Restaram as do fundo, o que, por um lado, não foi ruim pelo fator social, mas não era tão confortável. A respeito do fator social, não sei se foi impressão, mas as pessoas lá do fundão falavam o tempo todo. Durante a madrugada, a maioria dormia e lia, enquanto as do fundo do ônibus falavam. Mas acho que essa era a alternativa mesmo; enquanto nos
outros lugares podia-se dormir, nos bancos de trás o joelho ficava prensado... Então conversávamos.
A primeira pessoa com quem falei foi o Alexandre. Discutíamos sobre o que nos havia ocorrido naquele dia. Eu, como digo coisas nada a ver de vez em quando, soltei “trocaram os monitores do laboratório lá no meu curso...”. Aí as coincidências começaram a se revelar, ele me interrompeu dizendo “você faz SENAI-SIG?”; pois é, ele faz Design Gráfico(noturno), freqüenta os mesmos laboratórios que eu.

Além do Alexandre, também compunha a galera do fundo: Mariana, Thaís, Daniele, Daniela, Luã, Marcelo e Roney... Não me lembro mais que isso. Fui bem recebido. Não só eu, mas no geral, o grupo pelo menos aparentava ser homogênico.
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Logo na saída de Brasília, algo simples e cômico
marca a viagem. Havia na beira da estrada um hotel chamado “Sunchine”. O inglês bem escrito nos foi bem recebido.
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Ônibus quebra
A falta de comunicação dos motoristas já deu sinais logo nas primeiras horas. O ônibus quebrou, mas “está tudo certo”, eles repetiam. Então estacionamos em um
posto/restaurante até que pudéssemos continuar.
Estar nesse restaurante foi uma aventura a pa
rte. Primeiramente pelo “Thom Yorke do cerrado”, assim apelidado. O recepcionista do restaurante de fato lembrava o vocalista do Radiohead, tinha o cabelo tão despenteado quanto e uma voz também muito agudinha.

Dentre voltas e voltas nas rodinhas de pessoas, aprendendo nomes, sentei em um banco ao lado da Daniela. Nossa conversa foi bastante fluida. Ela faz jornalismo na UNB e por isso tínhamos muito a conversar. Naquele momento ela estava muito angustiada. Dani não possuía ingresso, estava no ônibus substituindo uma pessoa que desistira uma semana antes da viagem. Ela queria parar ali, naquele restaurante, e pedir para que os pais a buscassem. Falei tudo que podia, tentando convencê-la a ficar; parecia que eu tinha logrado.
Na volta para o ônibus, fui capaz de fazer as pessoas participare
m da brincadeira dos nomes. Um tinha que falar seu nome e repetir o de quem já tinha dito. Foi tosco, mas divertido. A Daniela também estava participando, até que eu olho, ela não estava mais lá, o ônibus já havia sido consertado e ela acabou por realmente desistir do show.

Sobre “estamos chegando”

Na retomada de estrada, tive iniciativas quanto ao que seria exibido na TV. Foram várias tentativas frustradas, pois o DVD-player não era a
nti-choque. Isso mesmo, o DVD-player de um ônibus de viagem não era anti-choque. Então todos fomos dormir, claro que, antes de conseguir cair no sono, conversamos muito.
Acordei no sábado 21 por volta das 7 da manhã, mas não parecia que estávamos perto de São Paulo. Nossa chegada estava prevista para as nove. Cinco horas mais tarde de meu despertar, estacionamos em um restaurante para o almoço. Só o
s motoristas comeram. Já era 12 horas e nem sinal de São Paulo.
Pe 15 horas finalmente as coisas começaram a parecer mais claras. Ideilma, Julio e Diego desceram logo no início da cidade de São Paulo, pois não se hospedariam no hotel conosco. Felizes os que desceram. Os que ficaram estavam sob volante de dois motoristas toupeira, que deparavam-se com uma cidade gigantesca que não conheciam, tampouco sabiam chegar ao hotel. Pior que não saber é tentar evitar o pânico falando “estamos chegando”. Resumidamente, nós tivemos que chamar alguém na rua que nos guiasse e só conseguimos chegar ao hotel 19 horas. O que estava previsto para as 9, acabou sendo 19.
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Ps: por 4 horas o DVD-não-anti-choque passou a ser DVD-anti-choque, assim deu pra ver Donnie Darko e Amelie Poulain.
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Sobre “chegamos”


Antes de viajar, todos já havíamos feito vários planos para o longo sábado que passaríamos em São Paulo: ir no cinema Imax, no MASP... Tudo acabou sendo can
celado.
19:30 foi a hora estipulada para nos encontrarmos no hall de e
ntrada da hotel para decidir como gastar a noite. A primeira idéia veio do estômago, fomos jantar. Mas ela veio realmente só do estômago, pois o local foi o Giraffas, uma lanchonete que tem em cada esquina de Brasília. Teria sido mais interessante uma coisa que não temos por aqui... mas tudo bem.
A segunda idéia veio pela Thaís, cuja prima (que mora em São Paulo) ofereceu anotar nossos nomes numa lista para o show do
Mombojó, no Estúdio SP (que fica na Rua Augusta). O ingresso custava R$25, mas com a ajuda da prima da Thaís saía por 20. Assim foi feito, alguns foram para o show, outros para a Avenida Paulista, outros no hotel dormindo. Chamamos 4 táxis.
A Rua Augusta era um local que
sintetizava várias coisas que já tinha visto. Era uma mistura de filmes do Almodóvar (prostitutas, lésbicas, gays, travestis , outros tipos de homossexuais e tribos culturais das mais diversas) com Cine Brasília (indies). O show só começava 23 horas, então caminhamos bastante pra conhecer o local. Eu e Thaís fomos até em um sexy shop. Na rua encontramos com o Gabriel, vocalista do Mop Top. A Mariana encontrou o Vitor Araújo, jovem pianista que toca Paranoid Android.
Outro fato que vale ressaltar da Rua Augusta é o “rodízio de bucetas”. Na porta de uma casa noturna, um carinha anunciava “rodízio de bucetas!” ou “não percam! Uma galinha vai comer três minhocas numa só bicada!”.

Chegando a hora do show, fomos para a fila. Deveríamos ter pensado em uma coisa antes, eu ainda sou menor de idade. Não me deixaram entrar, o outro problema, é que todos já haviam entrado, e, mais outro problema, meu celular estava na bolsa da Lilith. Tá, mas tudo bem, eu não conhecia a banda muito bem mesmo. Fiquei esperando pra ver se apareciam os que tinham ido pra Avenida Paulista. Nesse meio tempo, vi algumas revistas Rolling Stone empilhadas a um canto na entrada do Studio SP e eu peguei. Passados alguns minutos a galera da Avenida Paulista apareceu, e eu estava a salvo. Ficamos no “Bar do Malandro” um tempinho e então voltamos (eles voltaram, eu ainda não tinha ido) para a Avenida Paulista.
Na Avenida Paulista, caminhamos (
eu, Mayla, Miller, Roney, Marcelo e Luã) incessantemente, cantando músicas, a maioria do Radiohead. Conversamos sobre coisas aleatórias. Eu e Miller falamos bastante sobre Björk. Aliás, um assunto muito recorrente durante a viagem foi a frustração que quase todos compartilhávamos de não ter ido ao show da islandesa em 2007 no Tim Festival.
Por fim, tivemos alguns problemas de comunicação com o resto da galera e, pra voltar, pagamos 90 reais pelos dois taxi. Num foi o Roney e o Marcelo. No outro viemos eu, Miller e Mayla (irmãos gêmeos). O nosso motorista foi super bacana desde que soube que não éramos de São Paulo. Ele foi nosso guia durante toda a trajetória até o hotel. Falava o nome de todo ponto turístico e rua por qual passávamos.

Fomos dormir 5 da manhã, pra acordar as oito para o café. Lilith e Mariana ficaram preocupadas comigo; até então não tinham notícias minhas.

Sobre “O grande dia”

8 horas – café da manhã
11 horas – almoço no Giraffas do extra (tinha uma mulher numa torre do estacionamento ameaçando se jogar. Acho que ela não conseguiu ingresso para o show).
Marcamos 11:30 com os motoristas para que nos levassem até a Chácara do Jóquei. Eles não apareceram e nem davam sinal. Se hospedaram em um
hotel distinto do nosso, alegando o preço, mas não sabíamos onde estavam. Por volta das 12 horas eles apareceram e finalmente estávamos saindo. Mas, como tudo nessa viagem tem um “mas”, o ônibus pifou de novo. Desesperados, saímos correndo para a parada de ônibus e pegamos o primeiro que passou. A viagem foi tão rápida (umas três paradas depois) que nem deu pra todo mundo passar pela roleta.
Agora estávamos na fila. Muito grande; grande mesmo. Então, para diminuir nossa distância até portaria, muito discretamente, furamos fila.

Entrar na Chácara do Jóquei
Por volta de 14:30 daquele domingo, 22 de março, os portões se abriram. A equipe do festival gritava “corram! Corram! Mais rápido!”, enquanto mendigos, no mesmo tom de voz, “não pode levar comida nem bebida”, faziam as compras do mês. A gritaria, a constante diminuição da distância entre o lado de fora e o de dentro, ver pessoas implorando comprar ingresso por até 400 reais... Toda a soma desses e outros fatores me proporcionaram uma das melhores sensações durante aquele longo fim de semana.
A Chácara do Jóquei realmente era uma chácara. Lama, ma
to e árvores. Eu queria muito ter guardado meu ingresso para a posteridade, mas ele era um ticket a ser inserido na catraca. Como furamos fila, ficamos próximos ao palco. Os shows só deveriam começar às 17. Foi angustiante ficar sentado esse tempo todo sem comer e beber (o copo de água de 150 ml custava 5 reais).

Às 17, todos se levantaram. Procurando um lugar melhor pra enxergar o palco, cruzei o caminho de uma senhora de uns 55 anos, que me xingou desesperadamente. Los Hermanos só apareceram uma hora e meia mais tarde. Um atraso que pareceu bem proposital, talvez com influências do Multishow, emissora que exibiu o concerto.

Los Hermanos
Amarante faz caretas engraçadas.

_______ começou a cair uma garoa fina. Apesar de fina, foi suficiente para desmanchar as chapinhas de quase todas as garotas. Agora com as cabeças armadas, mais um obstáculo para nossas visões. ______

Kraftwerk

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O grupo alemão abriu o show com "The Man-machine".
Muito interessante ficar reparando no Ralf Hütter cantando as melodias e a cada frase o timbre de sua voz muda drásticamente, graças aos gloriosos Vayos que os Krafts usam para fazer música.
Kraftwerk produz aquelas músicas que, ouvidas de nossos simples aparelhos de som, são muito interessantes, mas quando no concerto, com toda a t
ecnologia sonora que se tem direito, ganham muito mais dimensão. Isso pode muito bem ser reparado em “tour the France” e ”autobahn”, músicas que tem mixado sons de trens e carros, respectivamente, e, se não estivéssemos neste show ou não conhecêssemos as músicas, provavelmente olharíamos a volta procurando os meios de transporte que emitem os tais sons.
Desde que surgiu na década de 70, kraftwerk se mantém coeso quanto a seu estilo e filosofia. Até hoje é complexo e vanguardista. “Cyberpunk” acho que é o melhor termo. O espetáculo que montam não é só musical e sonoro, mas também visual. O design é todo de inspiração “8-bites” e influências Bauhaus, além de, em algumas músicas, o telão exibir pequenos filmes com técnicas de documentário. Uma dessas músicas é “the model”, em que aparecem algumas modelos em vídeos piloto, experimentando vestidos e desfilando. Uma outra característica desses vídeos, além de serem documentais, é a idade; eles aparentam datar de antes de 1970.
Os alemães também surpreenderam em “the rob
ots”, quando saíram do palco e deram lugar para robôs com aparência humana fazerem o número deles. Os andróides realizaram uma coreografia simples por detrás das mesas dos notebook. Apesar de este momento ser mais um muito bonito visualmente no show, na verdade, o que se contemplava ali, era a materialização da música do kraftwerk. Estávamos ali, todos de frente para um palco com robôs. A música de robôs nos emocionou. Os krafts são robôs.
Após “the robots”, os humanóides voltaram com uma roupa preta com detalhes que brilhavam verde neon. Ainda tocaram “Aerodinamyk” e “Musique non stop”. Nessas e em outras músicas, Ralf Hütter cantou trechos em português, muito bancada da parte deles. No encerramento, falou frases inteiras em português. Lembro-me de “que venha a próxima”.
A próxima banda veio.

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Set Lists


“Intro”
“The man-machine”
“Planet of visio
ns”
“Numbers”
“Computerworld”

“Tour de France”
“Autobahn”
“The model”
“Les mannequins”
“Radioactivity”
“Tee”
“The robots”
“Aerodinamyk”
“Musique non stop”
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Radiohead

Até que a música “15 steps” começasse, eu ainda não tinha captado por completo que aquelas pessoas que estavam no palc
o formavam o Radiohead. O Radiohead. A partir de então, êxtase total.
Colunas de leds desciam até o palco, como stalactites. Assim como no kraftwerk, neste show, música e visual casaram muito bem. Pelo palco, foram espalhadas cameras em lugares estratégicos e eram reproduzidas em um telão na 3ª parede. A fotografia captada e reproduzida era de tal qualidade que parecia que os integrantes da banda se moviam com planejamento milimétrico.
Thom Yorke, que gosta muito de utilizar seu falsete, surpreendeu bastante pelo peso que consegue atingir com a voz quando pratica tal técnica. J.Greenwood mostra-se muito versátil ao tocar baixo, violão, percussão, sintetizadores e outros instrumentos que ele mesmo criou. O'Brian, depois do Thom, era o que mais se comunicava com o público; sempre fazia gestos. Ele também mostrou-se versátil, tocando, além de guitarra, percursão em "there there", fazendo o segundo vocal e tocando outros instrumentos do Jonny Greenwood ao longo do show. Colin Greenwood fez muitas brincadeiras entre uma música e outra. Phil Selway, tocou bateria (claro).
Em "all I need" a platéia já estava completamente ludibriada com a banda. Ludibriada de mais. Tudo bem que não é sempre que se tem Radiohead aqui no Brasil, mas, muitas vezes, não foi posssível ouvir as músicas, porque de todas as direções as pessoas grita
vam o texto que do palco tentava-se cantar. Aí eu percebi que cantando eu ouvia mais fácil... tive que fazer.
"Karma Police" chegou ao fim, mas o público continuou "I lost myself, I lost myself". Yorke ficou observando por um tempo, deu uma risada engraçada e prosseguiu com o show.
In Rainbows, in rainbows... que disco. Só vendo e ouvindo de perto para saber. O que mais me chamou a atenção neste album desde seu lançamento em 2008 foi o minimalismo presente em todas as músicas. Dos movimentos musicais contemporâneos, o minimalismo é um dos que mais gosto. Os acordes quebrados, o rítmo contínuo e crescente, colcheias, semi-colcheias, dissonâncias leves, tudo isso no In Rainbows. As música
s do album são complexas de serem tocadas e de serem ouvidas. Apesar do rigor técnico, as interpretações durante o show foram impecáveis; destaque para "Faust arp", que foi interpretada apenas pelo Thom Yorke (violão e vocal) e Jonny Greenwood (violão); não erraram uma sílada ou nota.
"Paranoid Android". Grande momento. Aqui se repetiu o ocorrido em "karma Police". O público continuou cantando
"Rain down, rain down...Come on rain down on me...", mas dessa vez uma surpresa: além da risadinha, Yorke pegou o violão e ficou cantando outro trecho da música simultaneamente "That's it, sir. You're leaving. The crackle of pigskin...". De onde estava, mudando rapidamente o acorde no violão, começou "fake plastic trees". Gritaria geral.
Com 3 bis, o grupo fechou com "creep", o primeiro sucesso da carreira de 20 anos. Thom colocou a mão dentro das calças e ficou se insinuando, o que provocou mais gritaria.
Então acabou... fiquei me perguntando porquê.


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Encontrei no chão uma carteirinha de estudante. É de uma Thaís de Minas... estuda na PUC de lá. Encontrei ela na internet e agora a carteirinha já está em mãos. Fiz minha boa ação.
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set list
“15 step”

“There there”
“The national anthem”

“All I need”
“Pyramid song”

“Karma police”

“Nude”

“Weird fishes/ Arpeggi”

“The gloaming”

“Talk show host”

“Optimistic”

“Faust arp”
“Jigsaw falling into place”

"Idioteque"

“Climbing up the walls”

“Exit music”

“Bodysnatchers”

Bis 1

“Videotape”
“Paranoid android”

“Fake plastic trees”

“Lucky”
“Reckoner”

Bis 2

“House of cards”

“You and whose army”
“Everything is in the right place”


Bis 3

“Creep”
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"musique, non stop", como diz Kraftwerk.